Cartão de saúde: a nova onda para conquistar as classes C e D
Novas empresas nascem a partir de problemas que são percebidos no cotidiano da sociedade.
É por meio disso que soluções mais práticas acabam surgindo, como é o caso do cartão de saúde.
Quando olhamos para os dados da saúde no Brasil, diversas oportunidades podem ser encontradas:
- 75% da população brasileira está desassistida por seguros ou planos de saúde;
- Desse número, 90% não tem condições de contratar um seguro ou plano de saúde;
- Apenas 40% das pessoas que utilizam o serviço público estão satisfeitas. São mais de 100 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade e insatisfação com os serviços de saúde.
Referências: ANS, FGV CPS, IPCMaps, PNAD, IBGE, Susep, Abramge, CNES e Ministério da Saúde.
Os números evidenciam alguns problemas: poucas pessoas podem pagar por um seguro ou plano de saúde e para quem só resta a opção do serviço público, longas filas de espera e insatisfação estão presentes.
E após identificarmos esses problemas, há a percepção de uma oportunidade para o mercado: uma grande parcela da população está insatisfeita e precisa de serviços para a saúde — não é algo que pode ser colocado como secundário.
O cartão de saúde como alternativa
Quem aproveitou e está aproveitando essa oportunidade são as empresas de cartões de saúde e planos de benefícios focados no segmento. Normalmente são empresas ligadas a uma rede de clínicas médicas e odontológicas com foco no atendimento popular e primário.
A superlotação no SUS e consequente demora no atendimento é um dos principais problemas enfrentados pelos brasileiros, quando se fala de saúde matéria do O Globo.
Para a grande parcela da população que não tem acesso à saúde privada, os planos de assistência de saúde e redes de clínicas populares já são as principais alternativas para os usuários do SUS — Sistema Único de Saúde. A clínica popular oferece um atendimento mais rápido, de qualidade e acessível, o que é ótimo para o paciente que não quer ou não pode aguardar um atendimento na saúde pública.
O público-alvo e benefícios do cartão de saúde
O cartão de saúde e as clínicas populares não são considerados concorrentes dos seguros ou planos de saúde pelo fato do público-alvo ser diferente. Eles são voltados para as classes C, D e E com um ticket médio mais baixo, e que tem a necessidade de cuidar da saúde, mas não quer, não pode ou não prioriza os serviços mais caros.
Ao estruturar o próprio plano de assistência, essas redes ou clínicas populares ganham mais uma nova fonte de receita. Um ponto alto, é que essa nova receita é previsível, pois os clientes pagam uma mensalidade todo santo mês.
Além disso, o plano ajuda a fidelizar os clientes, que passam a usar mais os serviços da clínica e, de quebra, garantem uma maior exposição da marca, devido ao boca a boca gerado pelos clientes do plano.
O mercado de cartões de desconto
O mercado de clínicas populares já conta com grandes redes, como o Dr. Consulta — plataforma de saúde criada em 2011 que oferece consultas médicas, exames e serviços de saúde. O Dr. Consulta criou o seu próprio cartão de saúde, o Yalo, que tem mensalidades a partir de R$ 24,90 no plano anual até R$ 59,90 no plano trimestral.
Além dos serviços diretamente relacionados a clínica, como consultas e exames, outros benefícios são oferecidos, como desconto em farmácias e academias.
Outro exemplo é o Cartão de TODOS — considerado o maior cartão de descontos do Brasil. Além de serviços na área da saúde, eles oferecem descontos em educação, lazer e até cashback em restaurantes, diversificando o modelo de negócio e ampliando para outros segmentos.
A realidade para as pequenas clínicas populares
Com bons exemplos no mercado, as clínicas populares de pequeno e médio porte estão desenvolvendo seus próprios planos de benefícios e cartão de descontos.
Para operar o próprio cartão de saúde ou plano de benefício, é necessário ter uma estrutura para emitir boletos, enviar cobranças, gerenciar a carteira de clientes, carência, inadimplência, carteirinha do cliente e outras tantas coisas.
Existe apenas uma solução que atende por completo a operação de um plano de benefícios e cartão de saúde, a Tenex. Além da estrutura tecnológica para rodar o operacional de forma eficiente, conta com soluções estratégicas para crescer o plano e colocá-lo no mesmo patamar das grandes redes.
Para os médicos e especialistas que não tem condições de criar seus próprios planos, o caminho é se conveniar aos planos existentes. Além de aumentar o fluxo de pacientes, esses novos pacientes geram receita imediata, já que normalmente realizam o pagamento, com desconto, no momento da consulta.
Outro exemplo do que pode acontecer é existir um cartão de desconto associado à alguma clínica, mas ter atendimentos com médicos de outras clínicas, oferecendo maior valor para o cliente, como a inclusão de atendimento odontológico, prioridade em atendimento, outros descontos e etc.
Regulamentação
O mercado de plano de benefícios ainda é pouco regulado, o que permite que as empresas incluam o que desejarem para atraírem os clientes nas ofertas. Embora possa existir a dificuldade de estruturação para o início, a regulamentação permite uma maior liberdade para criar e iniciar o próprio plano.
Do outro lado, também existe um alto grau de informalidade. À medida que o mercado cresce, a estruturação do plano e cartões de desconto deve tornar-se mais detalhada e com maior controle dos serviços. Por isso, para quem está flertando com o modelo, o ideal é começar o quanto antes.
Estamos acompanhando atentamente o ramo e, nos próximos meses, acreditamos que mais redes focarão cada vez mais no modelo de planos, seja fortalecendo os já existentes ou criando novos.